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As dificuldades em se encontrar um bom pediatra
Toda mãe sofre quando o assunto é encontrar um bom pediatra para o seu filho. Claro que comigo não ia ser diferente! Na verdade eu tive até sorte, porque a pediatra que atendeu a Lara já que ela nasceu é muito boa e, justamente por ela ser tão profissional, conseguir um horário com ela é praticamente impossível.
Meu marido trabalho em empresa e temos um seguro de saúde, que vai além do plano. Com ele podemos consultar qualquer médico não conveniado à rede que o reembolso é integral até o teto que é consideravelmente alto. Então pensei que não seria um problema, mas o fato é que na minha região todos os médicos são conveniados! Então, o reembolso não é permitido é o jeito é agendar a consulta. O procedimento funciona bem, mas quem tem filho sabe que os pequenos vão dormir bem mas podem acordar doentes. E aí, o que fazer se os consultórios estão cheios e você não consegue agendar uma consulta urgente?
Claro que o convênio arruma uma forma de você não ter que ir ao Hospital, já que lá o valor que eles pagam aos médicos plantonistas são mais altos. Isso sem falar em vários fatores complicatórios como acúmulo de pessoas, demora no atendimento e doenças sendo transmitidas. Por aqui eles criaram um 0800 onde você liga e o atendente consegue uma consulta com qualquer pediatra da rede, para o mesmo dia ou no mais tardar para o próximo dia, no consultório. A primeira vez que usei os serviços confesso que fiquei bastante satisfeita. O médico era bom e me atendeu melhor do que no pronto atendimento do hospital. Mas o evento que cito na sequência muda os fatos.
A Lara começou com uma tosse chata na sexta a noite, seguida de uma febre amena. Algo em torno de 37,8ºC. Demos paracetamos e acompanhamos o quadro que só foi evoluindo para sintomas ainda piores como nariz escorrendo e irritação. Continuamos com a medicação para cortar a febre e achamos por bem esperar a segunda-feira, para tentar agendar um horário com a pediatra dela. Só que, logo que ela acordou na segunda, ela tossia muito e chorava, que chegou até a vomitar.
Tentamos a médica, que só ia atender na parte da tarde. A secretária tentou um encaixe de emergência mas não conseguiu e nós ficamos o dia todo esperando um retorno, que só veio às 14h00. Então resolvi ligar para o pediatra que a atendeu na emergência anterior, mas ele não estava atendendo ontem. Por fim, ligamos no 0800 para tentar uma consulta no consultório de qualquer pediatra que pudesse atender a pequena Lara.
O processo todo foi bem rápido. Às 14h30 eu já tinha o nome, telefone e endereço do novo pediatra, com horário agendado para às 15h45. Perfeito se não fosse ....
... cheguei ao consultório e logo na fachada constava Dr. Fulano de Tal Homeopata - faço aqui um adendo para deixar claro que eu não tenho nada contra homeopatica, que conheço pessoas que adoram, mas que eu particularmente prefiro a medicina convencional. Então, mesmo antes de tirar a pequena do carro, fui até a secretária e perguntei se a atendente do convênio não havia se enganado ao agendar a consulta, pois eu havia solicitado por um pediatra. Ela logo me tranquilizou dizendo que ele era um pediatra homeopata. E, mesmo não gostando da ideia, achei por bem dar um chance já que estava ali e a pequena precisava de cuidados. Mas o que esperar de ...
... um médico que te atende de pés descalços e que mesmo sendo gordo usa um broche com os dizeres "quer emagrecer? me pergunte como!"?
Levei um choque mas disfarcei. Ele me atendeu muito bem, com direito a beijinho no rosto, o que é bem difícil porque muitos médicos nem olham na cara dos pacientes hoje em dia. Ele fez uma série de perguntas e até que estava indo bem com os sintomas, até que pegou o gia da homeopatia e me disse: "o que a sua filha tem nada mais é do que um problema com os dentes que estão nascendo. Imagine uma coxinha de frango. Você quebra o osso, enfia na gengiva e quando está doendo, enfia mais um pouco! É assim que ela está se sentindo". Eu tentei argumentar, pois a Lara já tem 13 dentes e nunca teve problemas com nenhum deles. Mas ele disse, é fato!
Inconformada, perguntei se ele não ia consultá-la. Ele pediu que eu tirasse o calçado dela e a deitasse na cama para ouvir o seu coração. Só! Eu perguntei se ele não ia ouvir o peito ou olhar a garganta e ele disse que já tinha visto e que de fato era o dente. Se sentou na mesa e começou a redigir a receita que na sequência me passou: dois chás!
Fiquei inconformada. Nessa hora me senti mais médica que ele, pois como mãe conheço a minha filha e sabia que ela não estava bem e que os sintomas dela nada tinham a ver com os dentes. Então saímos do consultórios e fomos direto ao hospital onde a Lara foi muito bem atendida e consultada. O médico pediu uma radiografia, constatou catarro nos pulmões e o início de um processo infeccioso (pneumonia). No hospital mesmo ela recebeu uma injeção e teve que fazer inalação. Ficou em observação, fez saturação e nova consulta. O médico antes de liberá-la passou antibiótico e xarope e ainda pediu acompanhamento, pois se ela não melhorasse seria preciso uma internação.
Pois bem mamães, vejam só em que situação chegamos com a saúde em nosso pais.