O que muda no dia dos namorados do século XXI

Eu não me sinto uma idosa, mesmo porque acho que idade tem muito mais a ver com o interno do que com o externo. Hoje as pessoas estão mais descoladas, menos encanadas e mais liberais. O que diria a minha avó ou bisavó ao ver o mundo todo na frente no computador e em um piscar de olhos?

Pois bem, os dias passam e os anos acrescentam a nossa vida infinitas facilidade mesmo porque tudo precisa se adaptar ao nosso estilo de vida. Eu eu gosto, claro! A facilidade de pesquisar preços de casa e sentada, a comodidade em pagar com o cartão e ainda receber as compras em casa, sem precisar se locomover no sol, no calor ou procurar uma vaga no estacionamento do shopping. A qualidade de trabalhos elaborados em computadores, como edição de fotos e imagens, e isso sem falar na melhoria da performance das tarefas dentro das empresas. Mas, até que ponto isso tudo não afeta a nossa qualidade de vida?

Convido você a uma reflexão: hoje é um dia muito especial, o dia dos namorados! Eu particularmente acredito que todos possuem um grande amor, caso contrário nem teríamos estímulo para continuar sorrindo. Viver por alguém é bom demais. Hoje, ao acordar, fui dar a tradicional "espiadinha" na minha linha do tempo no facebook. E só o que eu vi foram lindas declarações de amor! Algumas com foto dos casais, outras sem ao menos marcar o parceiro ou parceira.

Eu sou da época em que a internet estava só começando. As declarações e as confidências eram íntimas, só do casal, em um ambiente romântico ou pelo menos no clima de "pombinhos apaixonados". Depois de ler inúmeras declarações de amor nessa data, parei para refletir e cheguei a conclusão que as pessoas estão cada vez mais carentes: carentes de amigos reais, de confidentes, de amor! E isso deu espaço a construção de uma imagem que muitas vezes nem existe. Por que gritar ao mundo que você ama o fulano? Diga isso a ele, olhando nos olhos dele. Não seria uma linda demonstração de amor?

Não sei se é crítica ou realidade, mas esse é o meu sentimento: a necessidade que as pessoas sentem de gritar ao mundo o que estão fazendo, a cada segundo. Claro que o amor é lindo e nos permite algumas loucuras, mas eu ainda prefiro o criativo, o algo novo e que poucos fazem. Talvez flores e chocolates, que eram tão comuns no passado, sejam vistos hoje como algo criativo porque no final das contas, poucas pessoas ousam em fazê-lo.