async='async' data-ad-client='ca-pub-1470782825684808' src='https://pagead2.googlesyndication.com/pagead/js/adsbygoogle.js'/> O universo da paternidade - Ariane Baldassin


O universo da paternidade



Oferecer carinho e proteção às crianças não é papel exclusivo das mamães. Os filhos devem ter referências tanto maternas quanto paternas, centradas numa figura capaz de estabelecer vínculos profundos e, dessa forma, ensinar lições para toda a vida. O relacionamento, no entanto, é uma construção contínua, que começa desde a descoberta da gravidez e não tem data para terminar. 

As transformações que aconteceram ao longo do tempo na relação entre um pai e seu filho vão muito além do sustento e da autoridade impostas pelos pais. Finalmente, a redefinição do papel masculino é capaz de fazer a integração entre as gerações e extinguir de vez o mito de que o pai tem papel irrelevante na vida da criança. Hoje, eles já não precisam mais esconder a emoção do primeiro chute na barriga nem os momentos de fraqueza de seu filho e das pessoas ao redor, pois é assim que ele ajudará a formar uma criança preparada para as alegrias e as decepções do mundo.

Do outro lado, a mãe deve incentivar o contato entre o companheiro e o pequeno, pois, muitas vezes, eles ainda não se sentem preparados para assumir o papel de referência ou podem, simplesmente, estarem sendo privados da missão pelas próprias mães! Parece difícil de acreditar, mas as situações são muito mais comuns do que você pensa, e podem ser contornadas a qualquer momento. 


Balanço Positivo
O jornalista e pesquisador Paul Raeburn dedicou um livro inteiro ao seguinte questionamento: o pai é importante? E a resposta é tão óbvia quanto parece; claro que sim! Na publicação, que reúne conhecimentos adquiridos em uma série de pesquisas existentes, o autor e pai de cinco filhos afirma que o papel paterno foi negligenciado por muito tempo mesmo no universo científico, pois, entre 1997 e 2005, metade dos artigos sobre a psicologia de crianças e adolescentes sequer mencionam a presença dos pais. 

Entre as comprovações que seu trabalho revela, a influência do pai acontece muito antes do nascimento. Pais estressados e depressivos concebem crianças com as mesmas características, e crianças que se sentem amadas por eles apresentam autoestima elevada. Até mesmo as famosas (e às vezes perigosas) brincadeiras típicas dos pais são positivas para o desenvolvimento cognitivo, emocional e social do seu filho. 

Explicando o afastamento
Desde a descoberta da gestação, cabe às mamães sentirem todos os momentos do desenvolvimento do bebê. Ao nascer, são elas que alimentam as crianças no peito. O vínculo entre mãe e filho é tão imediato e natural que, mesmo sem perceber, elas podem estar excluindo os parceiros de enriquecer a relação com a criança. A pressão social que até pouco tempo ditava que a mulher deveria se dedicar à família enquanto o homem provia financeiramente a casa também pode ser um empecilho para que a mãe, que não vai partilhar as tarefas com o pai, nempossibilitare incentivar o fortalecimento dos laços entre os dois. 

Uma segunda possibilidade que pode estar evitando que os pais estejam presentes na vida dos filhos desde antes de nascerem é a insegurança. Muitos homens repensam, neste momento, a própria relação com seus pais. A ausência ou o relacionamento fragilizado entre eles podem despertar questionamentos e introspecção, e é, ao mesmo tempo, uma chance de refletir sobre o modelo de pai que pretendem ser para as crianças e como fazer isso quando o bebê chegar. 

Envolvendo os papais
Para que a relação entre pai e filho se inicie desde quando bebê estiver na barriga, o homem deve acompanhar e aproveitar cada fase deste momento. É cada vez mais frequente se deparar com os pais nas lojas, escolhendo o enxoval do bebê e móveis infantis, escolhendo desde a cor da bolsa do bebê ao tema do quarto infantil. Em casa, após a escolha do kit berço ele pode colocar a mão na massa na montagem doberço e se informar em sites e comunidades que tratam de paternidade. Muitos vão aos cursos de gestante e têm na prática um gostinho de como será o seu futuro em apenas alguns meses. A proximidade e a sintonia com a mãe, mesmo em períodos de alterações hormonais e de humor, podem fortalecer o companheirismo entre os dois, e as vontades no meio da madrugada podem render ótimas histórias em família!

Eles podem, ainda, estarem cientes dos cuidados médicos. Ir às consultas pré-natais, descobrir junto com a mãe o sexo da criança e acompanhar a evolução da gestação também são responsabilidades paternas. O pai pode, inclusive, estar presente nos momentos que antecedem e durante o parto, seja natural, humanizado ou cesárea, em casa ou no hospital. 

Quem acompanha a gravidez de perto acaba tendo uma participação mais intensa nos cuidados da criança que acabou de nascer. Usar a licença paternidade para se dedicar exclusivamente à adaptação do filho e participar da rotina de banho, troca de fraldas e sono podem intensificar a relação nos primeiros dias devida da criança. Até mesmo momentos que são íntimos de mãe e filho podem ser incentivados pelo pai, como a hora de mamar. 

Reservar um tempo apenas para que o pai e a criança fiquem juntos é fundamental. Pode ser com um passeio pela manhã ou com brincadeiras após o trabalho, pois tudo isso estimula, ainda, a visão, a audição, o tato e a absorção de vitaminas para o bebê. 

Conforme crescem, os filhos passam a enxergar nos paismais uma figura de confiança, respeito e responsabilidade. Ao se aproximar das crianças, a referência paterna também demonstra que é tão amoroso quanto a mãe e se torna motivo de orgulho para os pequenos. Por isso, o pai deve educar a criança, mas também precisa estar disposto a correr atrás dela, ler histórias e enchê-la de beijos e abraços. 

Ser um bom pai não está relacionado com a identidade sexual ou de gênero, mas sim com a construção de um vínculo eterno. A relação com certeza não será à prova de falhas, mas um pai consciente de sua responsabilidade será capaz de transformar a vida de seu filho.
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